30 março 2007

Notícias da Semana

IV COLÓQUIO “CAMINHOS DA ANIMAÇÃO”
Terminou ontem a 4ª edição do colóquio “Caminhos da Animação”, uma vez mais organizado pelos alunos do 4º ano do Curso de Animação Sociocultural da Escola Superior de Animação de Beja.
Não tendo sido possível estar presente espero que o mesmo tenha corrido de forma a que os objectivos que os organizadores pretendiam atingir tenham sido amplamente alcançados. Fica aqui a ligação ao site que divulgou esta iniciativa, no qual se podem, também, consultar algumas das comunicações ali proferidas.

A DINÂMICA DA APDASC
A APDASC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sociocultural continua a mostrar uma significativa dinâmica, que não posso deixar de registar aqui com muito agrado. Uma das mais recentes iniciativas anunciadas, da responsabilidade da Delegação Regional da Madeira desta associação, é a edição da revista “Práticas de Animação”. Este projecto visa a criação de uma revista no âmbito da Animação, Educação Social e da Pedagogia Social. A Delegação da Madeira assume este projecto editorial como um instrumento de comunicação entre Animadores, trabalhadores sociais, pedagogos e outros profissionais que desenvolvem a sua actividade no âmbito da intervenção sociocultural, do tempo livre, da juventude, da gerontologia e da pedagogia. Mais informações sobre esta iniciativa podem ser obtida aqui.

RIA PROMOVE ACÇÃO DE FORMAÇÃO À DISTÂNCIA
Depois do assinalável êxito que foi o I Fórum Electrónico “De que falamos, quando falamos de Animação Sociocultural, a RIA – Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural promove,de 23 de Abril a 20 de Julho de 2007, um curso à distância sobre Formulação e Avaliação de Projectos de Animação Sociocultural. O curso é dirigido pelo Dr. Victor Ventosa e coordenado por Miguel Blasco.

LIVRO ELECTRÓNICO: “DA EDUCAÇÃO SOCIAL À INTERVENÇÃO NO CIBERESPAÇO”
Mario Viché González é um autor deste livro electrónico que pode ser consultado aqui. Trata-se de uma colectânea de artigos originais e de textos de livros anteriores do autor que importa ler com atenção.

27 março 2007

"Neighbours" um filme de animação realizado por Norman McLaren

"Neighbours" ("Vizinhos") é um fime de animação realizado em 1952 pelo cineasta Norman McLaren, produzida pelo National Office Board of Canadá.

Trata-se de um dos mais conhecidos filmes deste cineasta que mostra a irracionalidade do homem, com uma mensagem política, contra a violência, e como ela é sem sentido. É, igualmente, uma película bem representativa do experimentalismo inovador do seu autor, nomeadamente no que respeita à técnica utilizada o produzir.
Enquanto animador sociocultural utilizei, pela primeira vez, "Neighbours" nos idos anos 80. Era então animador de um atelier de cinema que funcionou na Casa de Cultura da Juventude de Évora. Este, e outros filmes de animação canadianos, podiam nessa época ser obtidos por empréstimo junto da Embaixada do Canadá. Desse modo organizei algumas sessões e ciclos de cinema cujo objectivo essencial era o de sensibilizar jovens para a prática do cinema enquanto actividade de tempos livres.
Anos depois, já em plena década de 90, voltei a utilizar o filme "Neighbours" enquanto meio de provocar a reflexão e o debate com grupos de jovens no âmbito de actividades de formação de animadores de actividades de intercâmbio juvenil. Com efeito, e neste âmbito, o filme pode constituir-se num adequado instrumento de animação de grupos com os quais se pretendam abordar questões como a violência, a irracionalidade humana, entre outras.

26 março 2007

Em remodelação

Desenganem-se alguns daqueles que sei que visitam este espaço... Não vou aqui (pelo menos para já) falar de outras eminentes remodelações e reestruturações ou até de já anunciadas (e consumadas) demissões...


Pois é! O blogue Anijovem: Animação Cultural & Juventude entra agora em período de remodelação. O seu autor espera conseguir introduzir algumas pequenas alterações gráficas nas próximas semanas. Mais mais importante que as alterações na forma são as alterações no conteúdo. Ainda que nos pretendamos manter fiéis aos fins e propósitos que nos levaram há 2 anos a criar este espaço passaremos, a partir de agora, a oferecer aos nossos visitantes 3 artigos semanais de acordo com os seguintes tópicos:
  • Ferramentas para Animadores: Exemplos de jogos, dinâmicas e outros materiais que possam ser utilizados por animadores no trabalho com grupos;
  • Crónicas de um Animador: Artigo semanal de reflexão sobre problemáticas e temáticas de algum modo relacionadas com a Animação Sociocultural e/ou com o trabalho desenvolvido com jovens no âmbito sociocultural;
  • Noticias & Ligações com e para Animadores: Colecta semanal de notícias e de ligações que formos encontrados para quem trabalha nesta área.

Esperamos sinceramente conseguir corresponder ao desafio em que agora nos lançamos no sentido de melhor contribuirmos para a divulgação da Animação Sociocultural e, como sempre, continuamos a apelar à participação activa daqueles que por aqui se detêm.

13 março 2007

"Novidades" na área da governação para a juventude

Como há muito se esperava, o Conselho de Ministros da passada semana aprovou a nova lei orgânica do Instituto Português da Juventude (IPJ). Do teor desta apenas se sabe o que já antes se sabia a ter em conta as declarações do Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, ao jornal Público: "será criada uma nova lógica de organização regional"; "ao nível administrativo desaparecem as estruturas destes institutos (Instituto Portuguêsa da Juventude e Instituto do Desporto) ao nível distrital, mas mantêm-se as componentes de serviço para apoio e atendimento aos cidadãos".
Traduzido por miúdos, e como já era conhecido desde a aprovação dos primeiros documentos no âmbito do PRACE, desaparecem 13 das 18 actuais Delegações a nível distrital do IPJ (que manterão, no entanto, serviços de informação aos jovens) e ficarão apenas 5 Delegações Regionais com um âmbito geográfico idêntico às das actuais regiões plano (CCDR's). Mais pormenores talvez mesmo só após a publicação em Diário da República desta Lei Orgânica, o que deverá acontecer dentro de cerca de 2 meses.
Entretanto foi publicada, no passado dia 9 de Março, a Portaria n.o 239/2007 que fixa os novos prazos para entrega das candidaturas, para o ano de 2007 aos programas de apoio ao associativismo jovem. Assim, e alegando dificuldades resultantes da criação da plataforma informática necessária à elaboração das candidaturas, o prazo para entrega das mesmas é agora o dia 6 de Maio.

01 março 2007

Reflexão (quase) Final

Publico, aqui, na íntegra a última mensagem que coloquei no fórum "De que falamos quando falamos de Animação Sociocultural" organizado pela RIA - Rede Iberoamerica de Animação Sociocultural que termina amanhã dia 2 de Março. Nesta mensagem procurei fazer uma reflexão final sobre algumas das temáticas que tiveram em debate naquele que foi (ainda é, e por isso tentem por lá passar!) um dos espaços de reflexão sobre a Animação Sociocultural mais interessantes em que tive a oportunidade de participar nos últimos tempos.

Quase no termo deste primeiro fórum, em muito boa hora, promovido pela RIA – Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural gostaria de expressar algumas opiniões pessoais que, naturalmente, não são alheias àquilo que por aqui foi sendo escrito.

A Animação Sociocultural é um conceito multimensional e por isso mesmo de não fácil definição e conceptualização. Podemos simplificar o conceito, centrando a nossa reflexão nos fins: promoção de mudanças, de processos de desenvolvimento, em grupos e/ou comunidades). Podemos, também, procurar conceptualizar a Animação Sociocultural a partir da explicitação dos seus princípios e modelos de natureza metodológica: implicação activa dos públicos com quem se trabalha na construção, implementação e avaliação de projectos coerentes de actuação suportados num adequado diagnóstico social da realidade; promoção de processos de autonomia e de desenvolvimento sustentado nos grupos e comunidades com quem se trabalha; abordagem sistémica, multidisciplinar e integrada da realidade social e cultural; etc. Ainda assim, a diversidade de âmbitos, de contextos e públicos da Animação Sociocultural e a variedade de instrumentos a que pode recorrer e de actividades concertas em que se traduz, tornam difícil a tarefa de definir com facilidade esta nossa actividade, esta nossa profissão, esta nossa forma de ser e de estar na vida.

Este fórum, pelo seu carácter internacional contribuiu para pôr em evidência algumas diferenças entre as realidades onde se inserem aqueles que no espaço Iberoamericano desenvolvem actividades no âmbito da Animação Sociocultural. Diferentes posicionamentos ideológicos, diferentes modelos formativos (ou até a ausência dos mesmos) e algumas pequenas polémicas foram aqui registadas.

Uma questão que levantou algum “ruído” foi o confronto entre o exercício das funções de Animador Sociocultural na qualidade de voluntário e/ou profissional, com alguns participantes deste fórum a defenderem que tais funções deveriam estar reservadas exclusivamente a profissionais. Entendi e defendi aqui, desde o início, que o exercício de funções de animação sociocultural, seja em que regime for, deve implicar uma formação prévia adequada e que entendo que na grande maioria das situações onde actuam Animadores Socioculturais profissionais a colaboração de voluntários é necessária e, às vezes, mesmo imprescindível. Por último, partilho da opinião também aqui expressa, de que a crescente profissionalização da Animação Sociocultural terá de decorrer de um crescente reconhecimento social da sua importância e mais-valia. E, em grande parte, este reconhecimento depende do rigor, da qualidade e da eficácia que conseguirmos obter no trabalho (voluntário ou profissional) que desenvolvemos nestas áreas.

Alguns dos companheiros expressaram aqui opiniões, classificadas como sendo “corporativistas” por outros companheiros, que defendem que o trabalho, nomeadamente no âmbito profissional, em torno da Animação Sociocultural seja reservado a Animadores Socioculturais devidamente formados e certificados. Estas opiniões remetem, necessariamente, para as diferentes realidades existentes nos países onde vivemos. Em concreto, e no que a Portugal respeita, importa ter presente que possuímos um sistema formal de certificações na área da Animação Sociocultural com cursos técnico-profissionais ao nível do Ensino Secundário e licenciaturas ao nível do Ensino Superior. Em Portugal e nos últimos 10 anos, registou-se um crescimento exponencial destas ofertas formativas que resultou na saída para o mercado de trabalho de um grande número de profissionais da Animação Sociocultural. Entretanto aumentou consideravelmente o desemprego dos diplomados em outras áreas das ciências sociais (educadores e professores, sociólogos, historiadores, entre outros) o que levou a que alguns destes profissionais procurassem reconverter-se profissionalmente, tendo muitos deles optado pela Animação Sociocultural, frequentado formações diversas. O resultado combinado destes fenómenos reflecte-se numa cada vez maior dificuldade que os jovens com habilitação profissional e/ou académica em Animação Sociocultural encontram em arranjar colocação profissional agravada pelo facto de estarem praticamente esgotadas as possibilidades de admissão na Administração Pública. Em Portugal é cientifica e socialmente admissível que um individuo habilitado com uma formação na Área das Ciências Sociais (Educação de Infância, Professor do Ensino Básico, Sociologia, História, etc.) exerça funções de Animador Sociocultural. A não reciprocidade, que naturalmente se verifica, não pode deixar de gerar entre aqueles que tem uma formação e uma habilitação específica na área da Animação Sociocultural alguns sentimentos de natureza “corporativista”.

A diversidade dos modelos de formação dos Animadores Socioculturais existentes nos nossos países merece também alguma reflexão. Como sabem, em Portugal optou-se pelo ensino formal, certificado e especializado. Há 25 anos, quando comecei a desenvolver actividades na área da Animação Sociocultural este modelo de formação não existia. Um modelo formativo essencialmente prático e vivencial complementado pela frequência de cursos e estágios de pequena duração proporcionava uma formação de natureza muito diferente da actual a um conjunto de profissionais e de voluntários que desenvolviam actividades com um forte sentido de compromisso individual e social e com um posicionamento ideológico muito claro face às questões sociais e culturais. Avançámos, dirão alguns, de uma Animação Sociocultural marcadamente ideológica para uma outra mais científica, mais técnica ou, talvez, mais tecnocrática. Mas, é relativamente fácil constatar que o actual modelo de formação em Animação Sociocultural a funcionar em Portugal apresenta múltiplas deficiências que alguns dos meus companheiros portugueses referiram neste fórum sobres as quais importa reflectir e intervir.

Considero que este fórum, promovido pela RIA, constituiu uma importante iniciativa no sentido de discutir e debater a Animação Sociocultural no espaço Iberoamericano. Importa prosseguir o debate e o intercâmbio de experiências, avançar para uma oferta formativa e documental que permita um aprofundamento dos conhecimentos nesta nossa área e prosseguir o esforço de divulgação e promoção da Animação Sociocultural. As propostas já aqui avançadas pelos responsáveis da RIA parecem-me adequadas no sentido da prossecução destes objectivos.

Um cumprimento especial para todos os que tornaram esta iniciativa possível e para todos aqueles que participaram e que por aqui passaram com um forte desejo de nos voltarmos a encontrar em breve
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