1. Uma pessoa motivada
Dificilmente alguém pode ser animador se não se sentir motivado, se não estiver «animado», se não acreditar que os outros se podem motivar e animar. Além do mais, o animador tem de ser motivador, tem de ser um elemento activo para pôr em movimento, para dinamizar e para mobilizar.
2. Um militante
A expressão militante encerra múltiplos significados, alguns dos quais com uma conotação negativa. Ainda assim, mostra-se adequado para caracterizar o animador. Porque uma actividade de mudança social não se pode realizar se os agentes das mesmas não são pessoas com opções profundas e decididas, com a consciência de que uma transformação progressista e colectiva passa pela contribuição generosa, livre e comprometida dos participantes.
3. Uma pessoa inserida no meio
O animador não é alguém que actua do exterior para o interior do meio. Deve estar inserido no interior do grupo ou comunidade.
4. Um educador
Não um líder, super-homem, dirigente, pessoa imprescindível, salvador. Nem uma pessoa que trabalha como dez pessoas, mas sim que consiga pôr dez pessoas a trabalhar. Que respeite os ritmos das pessoas e dos grupos e não imponha os seus. Alguém que condia nas possibilidades dos outros, capaz de ser objectivo, capaz de aproveitar as potencialidades das actividades, capaz de estimular a criatividade e a autonomia.
5. Com fome de formação
O animador deve aproveitar todas as oportunidades de enriquecer os seus conhecimentos de modo a melhorar permanentemente o seu desempenho. Deve ter a capacidade de auto-avaliar o seu trabalho e a partir daí identificar as áreas de conhecimento em que deverá investir.
6. Em contacto e em ligação com os grupos sociais
É importante que seja aceite no meio onde actua ou onde vive, que esteja integrado e participe nas estruturas sociais dessa comunidade e que favoreça as trocas com outros colectivos e comunidades.
7. Uma pessoa equilibrada psicologicamente
É fundamental para as tarefas que realiza que o animador possua maturidade. Não é difícil encontrar na animação pessoas com motivações pouco claras, inseguras, com carências afectivas, frustrações pessoais e profissionais, etc.
8. Uma pessoa com sentido de processo
O animador tem de ter consciência que a intervenção num grupo ou comunidade é um processo, complexo, gradual e que exige um investimento continuo.
9. Uma pessoa de carne e osso
Com virtudes, mas também com defeitos, com a capacidade de dar, mas também capaz de receber, de sofrer, mas também de se alegrar, etc.
10. Com capacidade de desaparecer
Um animador deve assumir que o seu trabalho será um sucesso quando o seu desaparecimento não implicar o fim dos processos que desencadeou.
Tradução livre do texto inserido na obra "METODOLOGIA Y PRACTICA DE LA ANIMACION SOCIOCULTURAL" de Ezequiel Ander-Egg.
A componente educativa dos espaços museológicos
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