Estas declarações, ontem proferidas, pelo Bastonário da Ordem dos Engenheiros a propósito da proliferação de licenciaturas em engenharia aplicam-se, infelizmente, a quase todas as outras áreas profissionais. E, naturalmente, também, à Animação Sociocultural.
Em declarações aos jornalistas em Coimbra, onde hoje participou numa conferência internacional sobre o ensino da engenharia, Fernando Santo afirmou que, dos actuais 314, «não faz sentido existirem mais de 60/70 cursos de engenharia». Isto porque, na sua opinião, «não vale a pena fazer marketing de cursos por nomes», lamentando que existam «cursos que têm três designações mas são um 3 em 1, para enganar as pessoas».
«Foram-se abrindo cursos em escolas por questões económicas, de negócio, de tudo e mais alguma coisa» afirmou o Bastonário, que acrescenta, ainda, que «como há poucos alunos e há mais oferta», assiste-se em Portugal a «uma disputa das escolas para ter alunos socorrendo-se daquilo que tiver à mão».
A qualidade e a empregabilidade das formações ministradas no ensino superior são, assim, factores secundários. O que importa é que os estabelecimentos, públicos e privados, consigam captar alunos e os consequentes financiamentos. E aí o “marketing” das denominações, que não obstante as expectativas de Bolonha teimam em manter-se, tem um papel preponderante.
Até quando continuaremos a trilhar estes caminhos?
1 comentário:
Olá,
Sobre a questão das nomenclaturas nos cursos superiores de animação, infelizmente em Portugal “algumas” das pessoas que têm poder de decisão sobre esta matéria têm ignorado os múltiplos Congressos Nacionais e Internacionais, as dezenas de livros sobre Animação, as revistas, as Associações de Animadores… enfim… é um autêntico episódio que parece não ter fim à vista. A história da animação parece não interessar a ninguém, o que interessa é inventar – literalmente – uma designação para o curso e depois fazer crer aos alunos que essa é que é a designação correcta e a mais abrangente. Mas de momento não me quero alongar mais…
Um abraço.
Carlos Costa
Enviar um comentário