19 maio 2006

Desafios actuais da Animação Sociocultural

Aquando da sua recente participação, em Beja, no III Colóquio "Caminhos da Animação", Xavier Úcar expôs as suas opiniões pessoais àcerca dos desafios que actualmente se colocam aos animadores socioculturais em Espanha. São eles:
  • Definir e concretizar o seu espaço profissional;
  • Definir a função social que cumpre;
  • Definir as suas relações com o resto dos profissionais que actuam na área do social;
  • Não perder a dimensão educativa da sua acção; e
  • Sair do círculo fechado da prática com incorporação da investigação
Da análise das opiniões expressas por Xavier Úcar parece-me lícito concluir que os desafios que se colocam, em Portugal, aos animadores socioculturais não são significativamente diferentes aos que se colocam aos nossos colegas espanhóis. Importa, deste modo que, individual e colectivamente, consigamos definir e pôr em prática estratégias susceptíveis de responder a estes desafios.

Porque só desse modo conseguiremos afirmar a Animação Sociocultural.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá a todos!

Estive também no III Colóquio “Caminhos da Animação” onde foi possível reencontrar essa pessoa extraordinária que é o Xavier Úcar.

Os desafios que actualmente se colocam aos animadores socioculturais em Espanha, na minha perspectiva, são desafios que diferem em parte daqueles que se colocam aos animadores em Portugal. Começando pela formação, que em Espanha é diferente uma vez que não existe licenciatura em ASC. A pessoa pode tirar a sua formação de ASC até ao 12.º ano e depois se quiser prosseguir estudos pode optar por vários cursos sendo a Educação Social um dos privilegiados. O que acontece é que depois podem tirar uma especialização ao nível da ASC. Uma das críticas positivas que os nossos vizinhos nos têm feito é precisamente o facto de nós em Portugal termos conseguido distinguir a ASC a nível superior.

Isto para dizer o quê? Para dizer que Espanha me parece ser um país que têm pela frente um trabalho mais árduo do que o nosso. Tenho entrado em inúmeros fóruns de animação e educação espanhóis e há uma rivalidade expressa entre animadores socioculturais e educadores sociais, não há uma definição coesa e os ASC são vistos muitas vezes como autenticas sanguessugas do trabalho dos educadores, uma vez que são pagos a tabela de nível equivalente ao 12.º ano, sendo preferíveis em muitas instituições que não conseguem distinguir o trabalho de uns e de outros optando por profissionais com o 12.º ano (animadores) em vez de licenciados (educadores).

Agora os desafios enumerados pelo Prof. Xavier Úcar fazem todo o sentido também em Portugal: Também precisamos de definir e concretizar o nosso espaço profissional; de definir a nossa função social, as nossas relações com o resto dos profissionais que actuam na área do social, não perdendo a dimensão educativa da nossa acção.

E sobretudo necessitamos de “sair do círculo fechado da prática com incorporação da investigação”. Para mim a animação é um processo que engloba teoria + prática + reacções/sensações = mudança. Processo que necessita de todas estas componentes.

Um abraço do Carlos Costa da APDASC (www.apdasc.com)

JOSÉ VIEIRA disse...

Obrigado pelo teu comentário. Genéricamente concorso com o que escrevestes sobre as diferenças entre a formação de animadores, a nível superior, entre Portugal e Espanha. Contudo é preciso estar prevenidos para o que aí pode vir em consequência do processo de Bolonha e, também, por força da proliferação de cursos.