20 outubro 2006

QUERIA DIZER

O Professor Avelino Bento (ESSE de Portalegre) publicou no seu blogue um artigo, que, pela sua pertinência não posso deixar de referenciar aqui. Não posso, também, deixar de recomendar vivamente a sua leitura integral por parte dos profissionais e estudantes de ASC, assim como daqueles que tem responsabilidades na formação nesta área. Para já deixo aqui a transcrição de alguns excertos do citado artigo que subscrevo inteiramente.

“(…) não existe, nem nunca existiu um plano nacional e político de criação de novas profissões ajustadas às novas realidades culturais, sociais, educativas e políticas deste país, e que tem inviabilizado a definição do perfil e dos estatutos profissionais desses novos métiers, nomeadamente naquele que nos diz respeito que é a animação sociocultural.”
(…)
“Esta indefinição total sobre a finalidade e a emergência das novas profissões permitiu este descalabro: o “boom” de cursos, cursecos e cursinhos sobre animação e outras profissões de intervenção social, remetendo-os na totalidade para os mesmos campos da intervenção. (…)A partir de certo momento o que importou foi legitimar espaços de formação, tanto no ensino superior como no ensino profissional, que respeitavam fundamentalmente os interesses das instituições que os criavam. A partir de determinado momento foram as escolas de formação (todas, cada uma de per si) que determinaram os planos de estudo desta polissémica profissão, assim como determinaram o campo da intervenção. O mais grave, de costas voltadas umas para as outras, fechadas nos seus templos e criando fóruns de discussão que preenchiam essencialmente calendários dos projectos educativos de cada escola. Esta é ainda a actual realidade, mesmo perante o processo de Bolonha. Todavia é uma fórmula que está absolutamente gasta!”
(…)
“Apesar de tudo, olhando mesmo esta perspectiva, há muito espaço e muito campo de intervenção da animação sociocultural neste país. Portanto, do meu ponto de vista, há lugar para a animação. Podemos é tentar discutir se há lugar para o animador como o vemos ainda hoje: romântico, utópico, só, militante, projecto pessoal e ideológico. (…)
São, no meu entender, palavras que nos remetem para questões fundamentais para uma (re)definição conceptual e pragmática da Animação Sociocultural, sobre as quais importa reflectir e discutir, quer individual quer colectivamente.

Sem comentários: