Nos dois últimos fins-de-semana tive a oportunidade de orientar, em Évora, uma acção de formação para Animadores de Tempos Livres promovida pela APCC – Associação para a Promoção Cultural da Criança.
Tenho lido por aí alguns textos muito críticos acerca destas formações de curta duração, através das quais os participantes obteriam “qualificações” para o desempenho de funções de animação. Tais afirmações, e o facto de estar envolvido em acções que poderiam ser incluídas nesse rol, merecem da minha parte alguns comentários.
Antes de mais importa esclarecer que nem eu, nem a entidade que promoveu este curso, o consideramos como susceptível de constituir uma certificação para o exercício de funções de animação de actividades de tempos livres. As competências necessárias para o exercício destas funções não podem obviamente ser trabalhadas em apenas 30 horas de formação. Entendemos estas acções de formação como um possível elemento formativo que tem de ser necessariamente complementado com outras formações.
Esta acção de formação para (e não de) Animadores de Tempos Livres que concebemos, e que temos vindo a realizar de quando em vez, destina-se preferencialmente a participantes que já exercem funções de animação de grupos de crianças e de jovens no contexto das actividades de tempos livres. O que pretendemos é que esta formação se constitua como um momento em que, a partir da experiência prática desses indivíduos, se produzam reflexões que possam contribuir para a melhoria do seu desempenho. Apostamos principalmente em reforçar o conceito de que as actividades de tempos livres têm um potencial educativo, que pode, e deve, ser amplamente aproveitado. Consideramos que as actividades que se desenvolvem com crianças e jovens, neste âmbito, se devem fundamentar e articular num projecto educativo devidamente fundamentado e articulado. Pretendemos, também, que esta formação se constitua como uma peça capaz de interessar e motivar os participantes para outros percursos formativos, na convicção que nesta área há uma necessidade de formação contínua e permanente.
Duas notas finais em relação à formação que acabei de realizar:
- Expressar a enorme satisfação que tive em trabalhar com um excepcional grupo de formandas (desculpa-me Rui, mas estás em minoria). São grupos como este que me levam a persistir na realização destas acções, pela disponibilidade, interesse e motivação que revelam, pela forma empenhada e activa como se envolvem em todos os momentos formativos;
- Agradecer á APCC por me continuar a proporcionar oportunidades de desenvolver um trabalho formativo com grande liberdade e autonomia para testar experimentalmente modelos, fórmulas e formatos de formação.
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