Um dos princípios fundamentais de actuação em Animação Sociocultural é a utilização da denominada “metodologia de projecto” nas suas intervenções. Entre outras coisas, tal significa que as actuações devem ser devidamente fundamentadas e justificadas numa análise da realidade onde se pretende intervir. Significa, também, que as actividades que se implementam e as metodologias que se utilizam não constituem um fim em si mesmas, mas antes meios de atingir objectivos previamente estabelecidos.
Se é verdade que poucos colocarão em causa os princípios antes enunciados, a realidade das intervenções levadas acabo por Animadores Socioculturais frequentemente resultam em distorções, maiores ou menores, desses mesmos pressupostos teóricos. Com efeito é frequente partir-se, por decisão dos próprios animadores ou, mais frequentemente, por imposições externas, do fim, isto é de uma ideia das actividades que se pretendem realizar que, deste modo, acabam por constituírem-se como o próprio objectivo da intervenção do animador (quantas vezes não lemos já que o objectivo de um projecto é a promoção desta ou daquela actividade?). Neste caso os objectivos elaboram-se não a partir dos resultados obtidos da aplicação de técnicas e instrumentos de observação e análise da realidade, mas antes das actividades que se pretendem realizar. A própria fundamentação do projecto deixa de ser baseada nesses mesmos resultados para se constituir numa mera justificação das actividades que se pretendem atingir.
Importa ter presente que uma parte não desprezível das actuações levadas a efeito por animadores socioculturais resulta de “encomendas” institucionais muito centradas no interesse de se realizar esta ou aquela actividade. Os motivos destas “encomendas” podem ser os mais diversos: porque há financiamentos (ou outros recursos) para um determinado tipo de acções; porque é tradição fazer-se aquela actividade; porque se viu algo daquele tipo e se achou que é uma boa ideia reproduzi-lo; etc.
Nestas circunstâncias, e de modo a não colocar de parte princípios basilares da Animação Sociocultural, impõe-se uma estratégia de actuação que não passe por cima de uma análise da realidade. Naturalmente que esta não será centrada na identificação de potencialidades, limitações e necessidades de um grupo ou comunidade, como se sustenta na tradicional metodologia de projecto. Será, antes, centrada na identificação de aspectos críticos e oportunidades decorrentes da realização de uma determinada acção, num determinado contexto e direccionada a um público específico. Interessa aqui aferir, com objectividade, o interesse e a viabilidade das acções que se pretendem desenvolver e, simultaneamente, obter informação que as permita desenhar de um modo adequado para que produzam o máximo efeito e se minimizem riscos e dificuldades identificados nessa análise a realidade.
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