02 maio 2008

Os jovens e a política

Na 33ª sessão comemorativa do 25 de Abril de 1974, o Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva, manifestou no seu discurso a preocupação com os relativamente escassos níveis de participação política dos jovens portugueses e o seu eventual alheamento das instituições públicas. Apesar de manifestar confiança nas capacidades empreendedoras e de liderança artística e cultural dos mais jovens, não deixou de assinalar a incapacidade das actuais lideranças políticas para mobilizar os jovens para um “envolvimento mais activo e participante na vida política”.

Naquela ocasião o Presidente da República citou um estudo encomendado à Universidade Católica sobre o alheamento dos jovens face à política, que vai posteriormente fazer distribuir pelos partidos políticos com assento no Parlamento, que pode ser consultado aqui.
Este estudo, apresentado ao Presidente em Janeiro, conclui, em primeiro lugar, que «é notória a insatisfação dos Portugueses com o funcionamento da democracia» que se mostram favoráveis a reformas profundas na sociedade portuguesa.
Revela que os mais jovens, entre os 15 e os 17 anos, e os jovens adultos, entre os 18 e os 29 anos, ou seja, os que nasceram após o 25 de Abril, são a camada etária que se mostra mais favorável à introdução de reformas incrementais e limitadas no sistema.
Adianta que os jovens estão menos expostos à informação política pelos meios convencionais de comunicação do que os restantes segmentos da população e mostram também mais baixos níveis de conhecimentos políticos.
De acordo com o estudo, exceptuando o exercício do direito de voto, a população portuguesa tende a ser céptica em relação à eficácia da participação política tradicional, isto é, aquela que é feita através dos partidos.
No que respeita a um conjunto genérico de medidas destinadas a melhorar a qualidade do sistema democrático, os portugueses são favoráveis à presença das mulheres na vida política, à criação de novos mecanismos de participação e à maior personalização do sistema eleitoral, refere o estudo.
Entretanto, e já após, o discurso proferido no dia 25 de Abril, o Presidente da República anunciou que vai reunir com líderes de organizações juvenis portuguesas em meados de Maio com dois objectivos. Por um lado, Cavaco Silva quer saber a opinião de líderes de organizações de juventude sobre a «realidade do afastamento dos jovens em relação à vida politica» e, por outro, sobre «aquilo que pode ser feito para inverter a situação».

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