05 novembro 2008

Animação Sociocultural com Públicos “Especiais” (4)

Este é o último de um conjunto de artigos escritos com a intenção de partilhar algumas reflexões pessoais sobre o trabalho desenvolvido por animadores socioculturais com públicos constituídos por indivíduos que apresentam limitações ou características específicas (idade, deficiências, entre outras).


Uma das convicções que procurei expressar nos artigos anteriores é a de que de um ponto de vista metodológico o exercício das funções de animação sociocultural não varia significativamente em função das características dos públicos com quem se trabalha. Quando escrevemos “metodologia” estamos a referir-nos ao modo de actuar, à forma de fazer as coisas. Com estes, como com outros públicos, importa começar por recolher e analisar informação, designadamente sobre aqueles com queremos trabalhar, que permita estabelecer objectivos e fundamentar as intervenções. È, também, necessário planear e avaliar de um modo adequado. E, principalmente, é indispensável envolver activamente os nossos destinatários em todo o processo, ao longo de toda a intervenção.

Outra das minhas “quase” certezas está relacionada com o acreditar que a grande maioria das actividades a que os animadores recorrem no seu trabalho com grupos são facilmente aplicáveis a estes públicos “especiais”. Ainda que aqui e ali tenhamos de fazer adaptações às características específicas dos nossos públicos. Por exemplo, a Expressão Dramática, enquanto instrumento de animação de grupos é uma actividade utilizável no trabalho com grupos de crianças ou jovens portadores de deficiência, de idosos, tal como é uma actividade que frequentemente dinamizamos com outros públicos.

Por último é preciso ter em atenção que o trabalho doa animadores socioculturais com estes públicos “especiais” deve ter uma orientação integradora na medida em que frequentemente tais grupos são alvos de discriminação e de não integração. Trabalhar numa escola com crianças portadoras de deficiências ou num centro de idosos deveria implicar do ponto de vista da animação sociocultural um esforço no sentido de desenvolver acções susceptíveis de promover uma maior integração social destes indivíduos. Actividades que proporcionem a interacção entre estes públicos “especiais” e outros públicos parecem-me uma fórmula capaz de prosseguir tais propósitos.

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