Partilho da opinião, por mim já expressa noutros artigos e locais, de que não é razoável coexistirem denominações idênticas (Animadores sócio-culturais) para diferentes níveis de formação: técnicos profissionais e técnicos superiores.
Mas mais do que uma questão de nomenclaturas, importa, também, referir que considero o perfil profissional definido para os alunos que concluem os cursos técnico-profissionais de animação sócio-cultural demasiado abrangente, complexo e teórico, remetendo para competências que, em rigor, dificilmente poderão ser atingidas ao longo dos percursos formativos definidos. Arrisco, mesmo, afirmar que se tais competências fossem efectivamente atingidas talvez tivéssemos de equacionar a manutenção da formação, a nível superior, de animadores sócio-culturais, na medida em que poucas competências adicionais poderiam ser adquiridas em tais cursos. Para aqueles que se interessam por estas temáticas vale mesmo a pena uma leitura atenta do documentos que pode ser descarregado neste endereço, e da qual extraí o que se reproduz, a seguir:
Descrição Geral
O/A Animador/a Sociocultural é o/a profissional qualificado/a apto/a a promover o desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades, organizando, coordenando e/ou desenvolvendo actividades de animação de carácter cultural, educativo, social, lúdico e recreativo.Actividades Principais
Diagnosticar e analisar, em equipas técnicas multidisciplinares, situações de risco e áreas de intervenção sob as quais actuar, relativas ao grupo alvo e ao seu meio envolvente. Planear e implementar, em conjunto com a equipa técnica multidisciplinar, projectos de intervenção sócio-comunitária. Planear, organizar e avaliar actividades de carácter educativo, cultural, desportivo, social, lúdico, turístico e recreativo, em contexto institucional, na comunidade ou ao domicílio, tendo em conta o serviço em que está integrado e as necessidades do grupo e dos indivíduos, com vista a melhorar a sua qualidade de vida e a qualidade da sua inserção e interacção social. Desenvolver actividades diversas, nomeadamente ateliers, visitas a museus e exposições, encontros desportivos, culturais e recreativos, encontros intergeracionais, actividades de
expressão corporal, leitura de contos e poemas, trabalhos manuais, com posterior exposição dos trabalhos realizados, culinária, passeios ao ar livre. Promover a integração grupal e social e envolver as famílias nas actividades desenvolvidas, fomentando a sua participação. Fomentar a interacção entre os vários actores sociais da comunidade articulando a sua intervenção com os actores institucionais nos quais o grupo alvo/indivíduo se insere. Acompanhar as alterações que se verifiquem na situação dos clientes/utilizadores e que afectem o seu bem-estar.- Elaborar relatórios de actividades.
Ainda que, e não posso deixar de o referir, e desse modo, subscrever também as afirmações que o Professor Avelino Bento faz, no final do artigo citado, de que a formação e a prática dos Animadores Sócio-culturais sempre se caracterizou pela polivalência, facto que poderá ser, deste modo, um trunfo nos tempos que se aproximam.
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