03 fevereiro 2005

Procuram-se colaboradores!!!

Procuro e aceito de bom grado colaborações que permitam aprofundar os conteúdos deste blogue. Nesta fase, e para além de criticas, pedidos e sugestões sobre os conteúdos já publicados seria interessante juntar opiniões e comentários sobre, entre outras, as seguintes temáticas:

  • Estudo sobre juventude recentemente divulgado pelo “Observatório de Juventude”.
  • Proposta de lei do associativismo juvenil.
  • Acções desenvolvidas no âmbito da chamada “Política de Juventude” na legislatura que agora termina.
  • Propostas dos Partidos Políticos na área de juventude.
  • Inventário de “sites” com interesse para animadores socioculturais e juvenis.

Também estou aberto a colaborações mais regulares, incluindo parcerias na edição do blogue. Escrevam-me!

Agradecimento

Agradeço ao pessoal do blogue eborense Mais Évora a referência e a inclusão de uma ligação para este meu espaço.

Ainda a propósito da cedência das instalações da Pousada de Juventude de Évora á Casa Pia

Chegaram-me informações que o protocolo de cedência das instalações da Pousada de Juventude de Évora à Casa Pia é hoje assinado. É o consumar, naturalmente já esperado, de uma decisão que levantou, e provavelmente levantará no futuro, várias interrogações.

Gostava que aqueles, e foram muitos, que nas últimas semanas manifestaram, mais ou menos publicamente, o seu desagrado em relação a esta medida se mantenham empenhados na procura urgente de soluções que, sem por em causa os interesses e o bem estar das crianças e jovens institucionalizados na Casa Pia de Évora garantam a reinstalação da Pousada de Juventude de Évora.

Importa, também, que aqueles que trabalham e/ou se interessam pelas questões da inclusão social de jovens e crianças em situações de exclusão social se mantenham particularmente atentos a efeitos e consequências negativos desta “relocalização” física da Casa Pia de Évora, pretensamente justificada pelos superiores interesses dos seus utentes, e que dificilmente terá sido devidamente preparada e enquadrada do ponto de vista socio-educativo tal foi a celeridade com que se processou.

A concluir gostava de expressar a minha opinião de que o encerramento da Pousada de Juventude de Évora marca de um modo intenso e particularmente negativo a acção governativa na área da juventude desenvolvida na actual legislatura no nosso distrito.

(Para informações complementares sobre o encerramento da Pousada de Juventude consultem este artigo.)

02 fevereiro 2005

Debate público da proposta de Lei do Associativismo Juvenil

Foi com alguma surpresa que há algumas semanas tive conhecimento do lançamento, pelo demissionário Secretário de Estado da Juventude, da discussão pública de uma proposta de Lei do Associativismo Juvenil. Esta surpresa foi acentuada pelo facto de me ser dirigido, no final daquele documento, um agradecimento por uma colaboração que sinceramente não me recordo de ter prestado.

A legislação, actualmente em vigor, sobre Associativismo Juvenil data de Janeiro de 2002 e devia ter sido regulamentada no prazo de 180 dias. Mas, como em muitos outros casos, tal regulamentação não foi efectuada até à data e, quando se pensava que estaria a ser efectuada, eis que surge uma nova proposta legislativa. Tenciono dedicar brevemente algum tempo à análise da proposta agora conhecida e, posteriormente, tecer aqui algumas considerações sobre a mesma. Ainda que esteja convencido que o mais provável é que esta proposta não tenha possibilidades de passar de mais uma intenção... E como diz o povo de intenções está... Entretanto, quem quiser consultar a proposta pode fazê-lo aqui.

01 fevereiro 2005

Youthwork (Trabalho com jovens)

Em língua inglesa, esta é uma página sobre trabalho com jovens. Aborda uma variado leque de temáticas e nela podemos encontrar recursos, materiais, ligações e ideias que podem ser úteis para animadores e outros profissionais que trabalham com jovens.

Os dez mandamentos do Animador


1. Uma pessoa motivada
Dificilmente alguém pode ser animador se não se sentir motivado, se não estiver «animado», se não acreditar que os outros se podem motivar e animar. Além do mais, o animador tem de ser motivador, tem de ser um elemento activo para pôr em movimento, para dinamizar e para mobilizar.

2. Um militante
A expressão militante encerra múltiplos significados, alguns dos quais com uma conotação negativa. Ainda assim, mostra-se adequado para caracterizar o animador. Porque uma actividade de mudança social não se pode realizar se os agentes das mesmas não são pessoas com opções profundas e decididas, com a consciência de que uma transformação progressista e colectiva passa pela contribuição generosa, livre e comprometida dos participantes.

3. Uma pessoa inserida no meio
O animador não é alguém que actua do exterior para o interior do meio. Deve estar inserido no interior do grupo ou comunidade.

4. Um educador
Não um líder, super-homem, dirigente, pessoa imprescindível, salvador. Nem uma pessoa que trabalha como dez pessoas, mas sim que consiga pôr dez pessoas a trabalhar. Que respeite os ritmos das pessoas e dos grupos e não imponha os seus. Alguém que condia nas possibilidades dos outros, capaz de ser objectivo, capaz de aproveitar as potencialidades das actividades, capaz de estimular a criatividade e a autonomia.

5. Com fome de formação
O animador deve aproveitar todas as oportunidades de enriquecer os seus conhecimentos de modo a melhorar permanentemente o seu desempenho. Deve ter a capacidade de auto-avaliar o seu trabalho e a partir daí identificar as áreas de conhecimento em que deverá investir.

6. Em contacto e em ligação com os grupos sociais
É importante que seja aceite no meio onde actua ou onde vive, que esteja integrado e participe nas estruturas sociais dessa comunidade e que favoreça as trocas com outros colectivos e comunidades.

7. Uma pessoa equilibrada psicologicamente
É fundamental para as tarefas que realiza que o animador possua maturidade. Não é difícil encontrar na animação pessoas com motivações pouco claras, inseguras, com carências afectivas, frustrações pessoais e profissionais, etc.

8. Uma pessoa com sentido de processo
O animador tem de ter consciência que a intervenção num grupo ou comunidade é um processo, complexo, gradual e que exige um investimento continuo.

9. Uma pessoa de carne e osso
Com virtudes, mas também com defeitos, com a capacidade de dar, mas também capaz de receber, de sofrer, mas também de se alegrar, etc.

10. Com capacidade de desaparecer
Um animador deve assumir que o seu trabalho será um sucesso quando o seu desaparecimento não implicar o fim dos processos que desencadeou.

Tradução livre do texto inserido na obra "METODOLOGIA Y PRACTICA DE LA ANIMACION SOCIOCULTURAL" de Ezequiel Ander-Egg.